Quando Thomas Malthus fez sua previsão acerca do crescimento populacional, errou por pouco. Segundo ele, a população cresceria em progressão geométrica enquanto a produção de alimento o faria em progressão aritmética resultando na fome e miséria generalizadas.
Acontece que, embora a humanidade tenha descoberto métodos mais eficazes e mecanizados de produzir e distribuir alimento, o crescimento desordenado da população de um país acarreta graves falhas na estrutura social como na previdência, taxa de desemprego e criminalidade, alfabetização e saúde pública. Nas camadas mais baixas da sociedade a consciência do planejamento familiar ainda não chegou, deveria ser proposta pelo governo, mas os métodos contraceptivos esbarram nas convicções religiosas.
Porém, uma vez que o Estado é laico, esse tipo de decisão deveria ser conferido a quem tem conhecimento científico (e não teológico unilateral cristão) do assunto, por exemplo: os conselhos de ética médica estão muito mais aptos a propor quais são os métodos seguros e viáveis, cabendo a cada cidadão, de acordo com suas crenças ou convicções decidir por si quais deles lhe são convenientes.
A questão do aborto deve ser discutida, e não simplesmente evitada e negada como um tabu. Mesmo porque não é segredo que existem clínicas clandestinas que realizam práticas abortivas em condições precárias expondo além de tudo a integridade física da gestante. Do mesmo modo que FHC defende e traz à tona a discussão sobre a legalização das drogas, o planejamento familiar também deve ser pensado. Dessa forma a nação, que é formada por indivíduos de vários credos ou nenhum, não fica à mercê das decisões de um líder de uma religião com a qual não tem sequer algum vínculo.
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